Ensino fundamental: 57% saem do 3º ano sem saber Matemática
Publicado em: 2011-01-01 00:00:00
Ensino fundamental: 57% saem do 3º ano sem saber Matemática
Dados da Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização), aplicada a crianças que concluíram o 3.º ano do fundamental, revelam que 56,1% dos alunos aprenderam o que era esperado em leitura para este nível do ensino e 42,8% em Matemática. O estudo apontou uma variação grande entre as regiões do País e as redes de ensino pública e privada.
A prova foi aplicada no 1º semestre a cerca de 6 mil alunos de escolas municipais, estaduais e particulares de todas as capitais e é uma parceria do Todos Pela Educação com o Instituto Paulo Montenegro /IBOPE, a Fundação Cesgranrio e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Os resultados foram apresentados na escalas do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), de 175 pontos. Ao atingir essa marca, o aluno consegue, em leitura, identificar temas de uma narrativa, localizar informações, identificar características de personagens e perceber relações de causa e efeito. Em matemática, com a pontuação eles conseguem dominar a adição, subtração e resolvem problemas que envolvem notas e moedas.
Em leitura, o desempenho dos alunos foi de 185,8 pontos na escala Saeb - 56,1% do total das crianças aprenderam o que era esperado. A tabela abaixo mostra a discrepância entre o rendimento de escolas privadas, em que 79% tiveram desempenho conforme as expectativas, e as públicas, em que o mesmo índice foi de 48,6%.
Já em matemática, a pontuação foi de 171,1, com 42,8% das crianças com resultado esperado. O índice chegou a 28,3% na região Norte, a pior, e a 55% na Sul, a melhor.
Os alunos também tiveram de fazer uma redação, em que foram examinados os seguintes critérios: grafia das palavras, adequação às normas gramaticais, segmentação de palavras e pontuação. De uma escala que vai de 0 a 100 pontos, o desempenho esperado dos alunos de 3º ano é de pelo menos 75 pontos.
http://estadao.br.msn.com/educacao/ensino-fundamental-57percent-saem-do-3%C2%BA-ano-sem-saber-matem%C3%A1tica
Posição do Antonio José Lopes (Bigode):
Os governos podem gastar tinta e dinheiro a vontade, fazendo testes atrás de testes, vamos manter estes índices por pelo menos mais uns 20 anos. O problema está na abordagem e metodologia obsoleta, nossos alunos têm aulas do mesmo modo que nossos avós.
E não adianta lamentar os péssimos índices dos testes internacionais como o PISA, a filosofia do PISA não dá chance para quem é adestrado a base de decoreba, resquício da cultura apostilesca dos cursinhos dos anos 1970, o foco do PISA está nas competências, na capacidade de problematizar, de enfrentar problemas novos, elaborar estratégias não convencionais, etc. Nada disso é medido nos testes nacionais. Moral da história, não sabemos como nossos alunos pensam matematicamente, a única coisa que realmente sabemos é que não se deram bem num teste tradicional, mais um. E não adianta apregoar olimpíadas de matemática como solução ou responsáveis por avanços milimétricos, a olimpíada brasileira de matemática tem como única finalidade pescar futuros matemáticos, não tem impacto no sistema como um todo e nem contribuem para que seja melhorado, olha exclusivamente para os 0,000001 % dos possíveis "pescados", não dá a mínima para os 99,999..% que vão fracassar. N]ao resistiria a um relatório sério sobre relação cu$to benefício.
Um mudança de concepção sobre o que deveria ser a educação matemática de um indivíduo que vive no século XXI não se faz por decreto e não vai acontecer da noite para o dia.
A mídia parece satisfeita em burocraticamente dar as manchetes de modo acrítico, na maioria das vezes com apelo alarmante, mas não contribui com análises sérias e que fora do lugar comum. Tenho nos meus arquivos cerca de 50 manchetes praticamente iguais publicadas nos últimos 15 anos.