Literatura e história da matemática - uma proposta a partir do livro Lilavati de Atílio Bari
DOI:
https://doi.org/10.56938/rceem.v3i8.4177Palavras-chave:
Lilavati, gêneros de discurso, História da Matemática.Resumo
Nosso objetivo principal é apresentar a obra “Lilavati”, de autoria de Atílio Bari, como uma proposta de leitura e escrita nas aulas de matemática. Temos como proposta introduzir, no ensino de matemática, atividades de leitura e escrita a partir da História da Matemática, ou que se tornem propícias para a elaboração de pesquisas em História da Matemática. Trata-se de textos que pertencem ao gênero de discurso literário, podendo se tratar de livros de literatura, paradidáticos, poemas, mas que abarquem, em seu contexto, um referencial com bases históricas e matemáticas. Queremos refletir sobre a importância de se utilizar diferentes gêneros discursivos na aprendizagem de matemática, como obras literárias e lendas, entre elas a de Lilavati, filha de Baskhara. Para isso, faremos uma revisão bibliográfica sobre a interlocução entre a história da matemática e gêneros do discurso, as interações dialógicas e atitude responsiva do aluno, na perspectiva de Bakhtin (2003). Apresentaremos algumas iniciativas históricas de se aliar a literatura à promoção da matemática e suas possíveis aplicações pedagógicas. Esse trabalho faz parte de pesquisa de doutorado em andamento, na qual as aplicações ainda estão ocorrendo em pesquisa de campo. Portanto, os resultados empíricos ainda estão sendo analisados. Acreditamos que essa obra literária pode ser referencial para discussões a cerca de questões dos gêneros do discurso em aulas de matemática desde os anos iniciais do ensino fundamental, vindo também a contribuir para a disciplina de História da Matemática nas licenciaturas. Esperamos, assim, estar promovendo a interdisciplinaridade entre a língua materna e a matemática, bem como trazendo episódios da História da Matemática de uma forma lúdica.
Downloads
Referências
ABBOTT, E. Planolândia: um romance de muitas dimensões- tradução Rogério Galindo. São Paulo: Tordesilhas, 2021.
ALMEIDA, J. J. P. Gêneros do discurso como forma de produção de significados em aulas de Matemática. São Paulo/Campina Grande, PB: Livraria da Física/Eduepb, 2016.
ALRO, H. SKOVSMOSE, O. Diálogo e Aprendizagem em Educação Matemática. Belo Horizonte. Autêntica, 2006.
BAKHTIN M. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BARI. A. Lilavati. 1. Ed. Americana, São Paulo, Adonis, 2014.
BOYER, C. B., História da Matemática. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1996. Tradução: Elza F. Gomide.
BRASIL, Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC. Propostas de Práticas de Implementação. Brasília, 2019.
CARROL. L. Alice através do espelho e o que ela encontrou lá. Tradução de Cynthia Beatrice Costa. São Paulo: Poetisa, 2015.
CURI E. Gêneros Textuais usados frequentemente nas aulas de matemática: exercícios e problemas. Educação matemática: leitura e escrita: armadilhas, utopias e realidades. - LOPES, C. E. NACARATO A. M. (organizadoras), Campinas, São Paulo. Mercado das Letras, 2009.
D’AMBRÓSIO U. Etnomatemática. Bolonha, Editora Pitágoras, 2002.
D’AMBROSIO, U. Etnomatemática – elo entre as tradições e a modernidade. 2ª ed. 3ª reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
D’AMBRÓSIO. Uma síntese sócio cultural da História da Matemática. Proem Editora, 2011. São Paulo.
ERNEST, P. The Philosophy of Mathematics Education. London: Falmer, 1991.
FERNANDES, X. Lilavati in the history of mathematics. EXAMENSARBETEN I MATEMATIK: Matematiska Institutionen, Stockholms Universitet. 2005.
FERRAZA R. M., SOUZA T., D. M. RIBEIRO. Um estudo sobre os livros paradidáticos de matemática. Anais do XV SNHM – SBHmat. Maceió, 2023.
FREIRE. P. A importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. São Paulo, Autores Associados: Cortez, 1989.
FLEMMING, D. M.; LUZ, E. FLEMMING; MELLO, A. C. C. Tendências em Educação Matemática: Disciplina na Modalidade à Distância – Livro Didático. Palhoça: Unisul Virtual, 2005. Disponível em: http://busca.unisul. br/pdf/89279_Diva.pdf. Acesso em: 21 de Agosto de 2024.
MACHADO, N. J. Matemática e Língua Materna, análise de uma impregnação mútua. 6ª ed. São Paulo, Cortez, 2011.
MENDES, I. A. História da matemática no Ensino: entre trajetórias profissionais, epistemologias e pesquisas. São Paulo. Editora Livraria da Física, 2015.
MIGUEL, A.; CHAQUIAM. M. História nas Aulas de Matemática: fundamentos e sugestões didáticas para professores. Belém: SBHMAT, 2016.
MENEZES, L. Matemática, Literatura e Aulas. Educação Matemática. Viseu: ESA Viseu. Novembro/Dezembro, 2011.
MUNAKATA, K. Produzindo livros didáticos e paradidáticos. 1997. 223f. Tese (Doutorado em Educação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1997.
RIBEIRO. D. A. E. História da Matemática: a interdisciplinaridade e o lúdico pedagógico na aprendizagem em matemática. 2019. 104-f. dissertação de Mestrado. Universidade Estadual da Paraíba- Campina Grande, 2019.
ROQUE T. História da Matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas. Rio de Janeiro, Zahar, 2012.
ROQUE T. Carvalho. J. B. P. Tópicos de História da Matemática. Rio de Janeiro. SBM, 2012.
SCHÖN, D. Educando o Profissional Reflexivo: Um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2000.
SKOVSMOSE. O. Cenários para Investigação. Seção Artigos Convidados. Boletim de educação matemática - Bolema, Rio Claro – SP, v. 13, n. 14, p. 66-91, jan-abr. 2000.
SKOVSMOSE, O. Educação Matemática Crítica a questão da Democracia. Trad: Jussara Loiola Araújo e Abgail Lins. São Paulo, Papirus, 2001.
TAHAN, M. O Homem que calculava. 29. Ed. Record, Rio de Janeiro. 1985.
SOUZA. F. F. A lenda de Dido como motivação para o estudo de figuras isoperimétricas na educação matemática. Dissertação de Mestrado em Rede. IMPA. 2014.
SITES:
EDITORA ADONIS- Figura 1- disponível em: https://www.record.com.br/produto/o-homem-que-calculava/. Acesso: 29/06/2024.
EDITORA RECORD- Figura 2- disponível em: https://www.editoraadonis.com.br/livros/175/lilavati/. Acesso em: 29/06/2024.