Jogo da Onça e Saberes Indígenas: Uma abordagem etnomatemática no ensino médio
DOI:
https://doi.org/10.56938/rceem.v3i8.4100Palavras-chave:
Laboratório de Matemática, Jogos, Educação MatemáticaResumo
Desde 2008, a legislação brasileira reconhece a necessidade do debate dos saberes culturais indígenas nas escolas de ensino fundamental e médio, no entanto, mais momentos formativos devem ser realizados para que a lei seja uma realidade. Nessa perspectiva, para auxiliar professores de Matemática a inserir essa discussão em sala de aula, a Etnomatemática desempenha um papel essencial para a proposição de abordagens nessa direção. Tendo em vista o projeto de extensão LEMAPE na Estrada, desenvolvido no Laboratório de Ensino de Matemática no Agreste Pernambucano (LEMAPE), foram organizadas oficinas para favorecer esse debate em diferentes escolas da região. Nesse ínterim, o presente trabalho tem por objetivo relatar uma abordagem etnomatemática desenvolvida com o jogo da onça na qual participaram estudantes do ensino médio. O processo metodológico foi desenvolvido na Escola de Referência em Ensino Médio Cônego Alexandre Cavalcanti, tendo início com a criação da oficina “Revisitando raízes indígenas, africanas e asiáticas por meio de jogos: um olhar sobre o pensamento matemático”, paralelamente à elaboração de tabuleiros do Jogo da Onça com o intuito de os estudantes jogarem no decorrer da oficina. Discussões sobre as estratégias mais indicadas em diferentes momen tos da oficina foram realizadas. Também foi elaborado um questionário para avaliar como os estudantes perceberam o jogo e sua relação com a Etnomatemática. Verificou-se que esses estudantes não têm muita afinidade com a Matemática, porém a aprendizagem por meio de jogos mostrou-se benéfica para eles, proporcionando uma abordagem diferenciada do ensino tradicional. Conclui-se que a aprendizagem matemática por meio de jogos que trazem aspectos culturais possibilita uma abordagem etnomatemática, além de tornar a Matemática atrativa. Dessa maneira, a abordagem com o Jogo da Onça não só constrói saberes matemáticos, mas também o conhecimento de diferentes culturas, resultando um ambiente onde se unem positivamente a Etnomatemática num rico processo de aprendizagem. Ou seja, o projeto de extensão “LEMAPE na estrada” proporciona a disseminação de práticas educacionais inovadoras, promovendo um ensino abrangente e culturalmente diversificado nas escolas da região.
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