Um experimento didático para o ensino de fração a partir da régua de carpinteiro de Digges (1605)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.56938/rceem.v3i8.4076

Palavras-chave:

Ensino de Fração, Material Manipulativo, Instrumento Matemático, Régua de Carpinteiro, A Booke Named Tectonicon

Resumo

A necessidade de articular teoria e prática tem sido tema de debate no âmbito da educação ao longo da história. Como forma de suprir essa necessidade, estudiosos dos séculos XV a XVII produziram e publicaram diversos livros, tratados e almanaques acerca das mais diversas áreas de conhecimento, como é o caso da Matemática. A partir dessas publicações, foi possível não apenas disseminar teorias matemáticas, mas também o acesso a formas de construção e utilização de instrumentos matemáticos que associassem os conhecimentos à prática. Dessa forma, esse estudo tem o objetivo de descrever a aplicação do instrumento Régua de Carpinteiro no experimento didático “Explorando o conceito de fração a partir da Régua de Carpinteiro”, realizado na disciplina de Laboratório de Ensino de Aritmética (LEA), na Universidade Estadual do Ceará (UECE). Para isso, adotou-se uma metodologia descritiva, a qual se deteve em observar, analisar e ordenar as informações fornecidas pelos discentes, sem alterá-las. A partir disso, foi possível identificar, na percepção dos discentes acerca do instrumento, que a Régua de Carpinteiro possui, em seu processo de construção, conceitos matemáticos que estão presentes na Educação Básica ainda durante o século XXI, tais como representação de fração, multiplicação, divisão e simplificação de frações, além de frações equivalentes. Dessa maneira, é possível concluir que a inserção desse recurso histórico na Educação Básica, após um tratamento didático adequado, proporciona aos alunos uma compreensão concreta dos conceitos de frações, subdivisões e medidas, promovendo um aprendizado significativo, tornando-se uma ferramenta potencialmente didática na Interface entre História e ensino de Matemática (IHM).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sabrina de Sousa Paulino, Universidade Estadual do Ceará - UECE

É graduanda do curso de Licenciatura em Matemática pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), bolsista do Programa de Monitoria Academica (PROMAC) e membro do Grupo de Pesquisa em Educação e História da Matemática (GPEHM). Desenvolve projetos na área da Educação Matemática, com ênfase em História de Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: Fontes históricas, instrumentos matemáticos do século XVI, interface entre história e ensino de matemática e formação do professor de matemática.

Ana Carolina Costa Pereira, Universidade Estadual do Ceará - UECE

Ana Carolina Costa Pereira possui graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Estadual do Ceará, mestrado em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pós-doutorado em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atua como docente adjunta do curso de Licenciatura em Matemática e do Programa de Pós-graduação em Educação, ambos da Universidade Estadual do Ceará; e do Programa de Pós-Graduação de Ensino em Ciências e Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. Ela é Coordenadora do Curso de Especialização em ensino de matemática para o ensino médio da UECE, Vice-Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UECE, Coordenadora de área da Matemática do Projeto Areninha junto a Secretaria de Educação do Município de Fortaleza, líder do Grupo de Pesquisa em Educação e História da Matemática (GPEHM) e editora do Boletim Cearense de Educação e História da Matemática (BOCEHM). É vice-diretora da Sociedade Brasileira de Educação Matemática, regional do Ceará (SBEMCE) e Secretária Executiva da Sociedade Brasileira de História da Matemática (SBHMat). Tem experiência na área de Educação Matemática, com ênfase em História de Matemática, atuando principalmente na formação de professores de matemática e na interface entre história e ensino de matemática.

Referências

POWELL, A. B. Como uma fração recebe seu nome? ReBECEM, Cascavel, PR, v. 3, n. 3, p. 700-713, dez. 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.33238/ReBECEM.2019.v.3.n. 3.23846, Acesso em:20 jun. 2024

BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio. Brasília, 2018. Disponível em <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site_110518.pdf>. Acesso em 20 de JUNHO de 2024.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e Quarto Ciclo do Ensino Fundamental. Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CEARÁ. Projeto de ensino da disciplina de Laboratório de Ensino de Aritmética. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará, 2019.

DIGGES, L. A boke named Tectonicon. London: Felix Kyngston, 1605.

HARKNESS, Deborah E. The jewel house: Elizabethan London and the scientific revolution. Yale University Press, 2007.

OLIVEIRA, H.; MENEZES, L.; CANAVARRO, A. P. Recursos didáticos numa aula de ensino exploratório: da prática à representação de uma prática. Práticas de Ensino da Matemática. 2012. p. 557-570. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/270051072. Acesso em: 20 jun. 2024

PAULINO, S. de S.; PEREIRA, A. C. C. (2021a). Abordagem de conceitos matemáticos por meio da tabela de medidas da madeira de Leonard Digges (1520-1559). Remat: Revista Eletrônica da Matemática, [S.L.], v. 7, n. 1, p. e2007.

PAULINO, S. de S.; PEREIRA, A. C. C. (2021b). A régua de carpinteiro (escalas) de Leonard Digges (1520-1559) para o estudo de conceitos matemáticos: possível incorporação na educação básica. Educação Matemática Debate, [S.L.], v. 5, n. 11, p. 1-17.

PAULINO, S. de S.; PEREIRA, A. C. C. (2021c) Conhecimentos que emergem da régua de carpinteiro de Leonard Digges (1520-1559) a partir da visão dos licenciandos em matemática da UECE. Boletim Cearense de Educação e História da Matemática, [S.L.], v. 8, n. 23, p. 1078-1093.

PAULINO, S. DE S.; PEREIRA, A. C. C. Noções gerais a respeito da régua de carpinteiro contida no tratado A Book e Named Tectonicon (1605). Revemop, v. 4, p. e202224, 26 dez. 2022.

PEREIRA, A. C. C.; PAULINO, S. de S. POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DE FRAÇÕES A PARTIR DA RÉGUA DE CARPINTEIRO CONTIDA NO TRATADO A BOOKE NAMED TECTONICON (1556). Revista de História da Educação Matemática, [S.I], v. 7, n., p. 1-19, set. 2021.

POWELL, A. B. Recuando para avançar: rumo a uma abordagem do século XXI para conhecimento de fração com o Modelo-4A de Instrução. Perspectiva, Florianópolis, SC, v. 36, n. 2, p. 399-420, abr./jun. 2018.

SAITO, F. História da Matemática e suas (re)construções contextuais. São Paulo: Ed. Livraria da Física/SBHMat, 2015.

SCHEFFER, N. F.; POWELL, A. B. FRAÇÕES NA EDUCAÇÃO BÁSICA: o que revelam as pesquisas publicadas no brasil de 2013 a 2019. Revista Paranaense de Educação Matemática, [S.L.], v. 9, n. 20, p. 8-37, 22 jan. 2021. Universidade Estadual do Parana - Unespar. http://dx.doi.org/10.33871/22385800.2020.9.20.8-37

Publicado

2024-09-27

Como Citar

PAULINO, S. DE S.; PEREIRA, A. C. C. Um experimento didático para o ensino de fração a partir da régua de carpinteiro de Digges (1605). Revista Cearense de Educação Matemática, v. 3, n. 8, p. 1-15, 27 set. 2024.

Edição

Seção

II Encontro Cearense de Educação Matemática