Uma proposta extracurricular para a introdução da educação financeira na etapa final do ensino fundamental

Resumo

No contexto das crescentes e rápidas mudanças econômicas e globais, a educação financeira configura-se como um importante instrumento de tomada de decisões e de organização da vida pessoal. Essa questão ganha relevância nas escolas, uma vez que os jovens necessitam enfrentar desafios financeiros cada vez mais cedo. O presente trabalho trata-se de um relato de experiência cujo objetivo é mostrar os resultados de uma oficina sobre educação financeira realizada no âmbito de uma atividade prática da disciplina de Prática de Ensino de Matemática, no Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Regional do Cariri (Urca), no campus de Juazeiro do Norte. A oficina foi realizada em uma turma do 9º ano da Escola de Ensino Fundamental Dr. Edvard Teixeira Férrer, no município de Juazeiro do Norte, e objetivou a apresentação de conceitos básicos para a conscientização de uma educação financeira aos jovens estudantes, mediada pelo uso de um jogo educativo digital, denominado Perseguição em Labirinto. Como metodologia, foi utilizado um questionário, além de rodas de conversas, atividades teóricas e práticas, bem como a plataforma online do referido jogo, no intuito de estimular o aprendizado de conceitos básicos de educação financeira. Discutimos os conceitos de educação financeira, letramento financeiro e jogos educacionais digitais. Como resultados, notamos mudanças de atitude no posicionamento dos alunos em relação à diferença entre desejo e necessidade, bem como na discussão sobre compras à vista ou a prazo, saúde financeira, porcentagem e juros. Concluímos, ainda, que há a necessidade de desenvolver nas escolas e nos cursos de licenciatura em Matemática uma abertura maior para a educação financeira. A sua implementação facilitará a vida de milhares de jovens que possuem pouco letramento financeiro, principalmente no início da vida adulta, ao saírem da escola básica. Percebemos que eles estão abertos a discutir e aprender sobre o tema, e que as instituições precisam se aproximar desses jovens por meio recursos e de uma linguagem mais próxima à realidade cultural dos estudantes.