Etnomatemática e transposição didática: uma experiência a partir de um Trapitxi de Cabo Verde

Autores

  • Elcimar Simão Martins Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) http://orcid.org/0000-0002-5858-5705
  • João Philipe Macedo Braga Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
  • Alexandrino Moreira Lopes Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
  • Michel Lopes Granjeiro Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Resumo

Trapitxi é uma máquina semi-industrial utilizada para moer cana-de-açúcar no processo de fabricação de grogu (aguardente de cana-de-açúcar) em Cabo Verde. Por seu percurso histórico, que começa com a comercialização de homens escravizados na Ribeira Grande de Santiago, Cidade Velha, na ilha de Santiago, tornou-se um patrimônio material desse país. Voltado para o estudo da etnomatemática, o presente trabalho tem como objetivo investigar os conceitos matemáticos no trapitxi durante o seu movimento, na perspectiva de fortalecer o processo de ensino e aprendizagem, transpondo a didática eurocêntrica para criar novas possibilidades ao ensino secundário e superior em Cabo Verde. Metodologicamente, foi feita uma pesquisa de campo, num espaço com trapitxi em Cidade Velha. Os resultados evidenciam que os conhecimentos matemáticos podem analisar a eficiência da máquina, aumentando o seu desempenho, fortalecendo o processo de interdisciplinaridade e preservando a história e a cultura do povo cabo-verdiano. 

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Biografia do Autor

Elcimar Simão Martins, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

Pós-Doutorando em Educação (USP), Doutor e mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Ceará, especialista em Ensino de Literatura Brasileira pela Universidade Estadual do Ceará e em Gestão Escolar pela Universidade Federal do Ceará, graduado em Letras com Habilitação nas Línguas Portuguesa e Espanhola e suas respectivas Literaturas pela Universidade Federal do Ceará, pedagogo pela Universidade Metodista de São Paulo. Professor Adjunto A do Instituto de Ciências Exatas e da Natureza (ICEN) e do Mestrado Acadêmico em Sociobiodiversidade e Tecnologias Sustentáveis (MASTS), da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). Membro dos Grupos de Pesquisas sobre Formação do Educador (GEPEFE/USP), Educação e Cooperação Sul-Sul (Eloss/Unilab) e Formação Docente, História e Política Educacional (GPFOHPE/UFC). Atualmente, pesquisa Ensino de Ciências e Matemática, Etnociências, Etnomatemática, Educação das Relações Étnico-Raciais, Juventude, Diáspora.

João Philipe Macedo Braga, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

Possui graduação em Bacharelado em Física pela Universidade Federal do Ceará (2008), mestrado em Física pela Universidade Federal do Ceará (2010) e doutorado em física pela Universidade Federal do Ceará (2015). Atualmente, é Professor Adjunto C da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Tem experiência na área de Física, com ênfase em Técnicas Computacionais de Solução da Equação de Schrödinger, fundamentos de Mecânica Quântica e Ensino de Física e Matemática.

Alexandrino Moreira Lopes, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

Cabo verdiano, Licenciado em Ciências da Natureza e Matemática na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). Integrante do Grupo de Pesquisa e Extensão Educação e Cooperação Sul-Sul (ELOSS/UNILAB). Fui Bolsista de extensão do projeto Ubudehe: juventude, diáspora e educação das relações étnico-raciais em movimento no Programa Institucional de Bolsas de Extensão, Arte e Cultura - (PIBEAC/UNILAB), enfoque em Juventude, Diáspora, Educação, Relações Étnico-raciais. Participante do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID 2013-2016) fomentado pela CAPES, com subprojeto Ensino de Ciências, Diversidades e Cidadania. Fui Coordenador de Assuntos Estudantis do Centro Acadêmico do Curso de Ciências da Natureza e Matemática - 2016-2018 (CACIM/UNILAB). Fundador de Associação dos estudantes Cabo Verdianos na UNILAB. Fundador e coordenador do grupo de danças culturais Cabo verdiana - Fidjos d´Africa.

Michel Lopes Granjeiro, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Mestre (2008) e doutor (2012) em Física pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professor Adjunto da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) atuando no Campus da Liberdade, na cidade de Redenção e na Unidade Acadêmica dos Palmares, no município de Acarape e professor colaborador do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física do polo 23. Possui experiência nas áreas de Física e Astronomia, atuando principalmente no ensino dessas Ciências. É coordenador do projeto PLANETÁRIO ITINERANTE DO MACIÇO DE BATURITÉ: CONSOLIDANDO O ENSINO DE ASTRONOMIA NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO (CNPQ). Foi Coordenador de Área do PIBID/UNILAB de 2014 a 2017 e atualmente é Coordenador do curso de Licenciatura em Física do Instituto de Ciências Exatas e da Natureza (ICEN) da UNILAB (desde 2015) e Presidente do Grupo de Ensino, Pesquisa e Popularização da Astronomia e Astrofísica, GEPPAA (desde 2015) atuando na região do Maciço de Baturité com linhas de pesquisa em Ensino de Astronomia e Astronomia, Astrofísica e Gravitação.

Publicado

2018-12-23

Como Citar

Martins, E. S., Macedo Braga, J. P., Lopes, A. M., & Granjeiro, M. L. (2018). Etnomatemática e transposição didática: uma experiência a partir de um Trapitxi de Cabo Verde. Educação Matemática Em Revista, 23(60), 363-378. Recuperado de https://sbembrasil.org.br/periodicos/index.php/emr/article/view/1359

Edição

Seção

Múltiplas vozes em Etnomatemática