Pensar com corpo como pensar com espaço: aforismos imagéticos que afirmam um aprender por trilhas
Resumo
Este artigo tem como objetivo operar imagens produzidas por crianças em uma escola de uma comunidade quilombola, durante a execução de um projeto chamado "Foco Mandira", que tinha como objetivo a própria experiência do passeio, parte integrante de uma pesquisa de mestrado. Junto às imagens do projeto, produziram-se aforismos imagéticos. Inspirados em Friedrich Nietzsche, os aforismos aqui apresentados buscam negar uma concepção moral do pensar e do aprender, sendo utilizados para defender um aprender no processo, um aprender que acontece no meio, no decurso de uma experimentação. Tal aprender pode abrir caminho para se assumir um pathos em vez de um ethos, ou seja, um pensar transiente que grafa topografias dissidentes e apresenta um espaço sempre movente como alternativa a buscas por explicações ou compreensões de um grupo situado, o que poderia ser esperado em uma busca clássica junto a um ethos. Este artigo constitui, então, um deslocamento da aprendizagem, do espaço, do lugar e do tempo como idealidades permanentes para pensá-los como imanências moventes, buscando, junto a uma educação (matemática e etnomatemática) dos sentidos, seguir matérias de expressões em vez de representá-las ou reproduzi-las.