Revista Catarinense de Educação Matemática

Ensaio Teórico: Aprendizagem Humanizada na perspectiva da Educação Matemática

Andresa Giseli Piane, Maria Silvia Azarite Salomão — sáb, 27 abr 2024 00:00:00 +0000

Neste ensaio teórico, nosso objetivo consiste em apresentar reflexões sobre o desafio de educar as crianças e jovens voltadas para o desenvolvimento humano, cultural, científico e tecnológico tendo por base as relações entre o conhecimento histórico, humanizado e a matemática como saber disseminado pela escola. Refletir sobre a importância de um ensino de matemática pautado na atividade humana, bem como na resolução de problemas que estão emergidos no cotidiano e nas interações entre os seres humanos que vivem socialmente e em comunidade que permitem considerar os saberes matemáticos constituídos e produzidos como pertencentes da história e da cultura de determinada época que, de certo modo, são instrumentos que correspondem ao processo de aprendizagem, ou seja, algo que necessita da aprendizagem para que os humanos sejam capazes de estabelecer o saber específico, seja ele matemático. Não se pode conceber a matemática como uma construção teórica, sem qualquer relação com a prática social. Desse modo, as relações humanas criam problemas que devem ser resolvidos em sociedade que constitui no processo humano o conhecimento, o saber pedagógico culminando na educação. Com base nos estudos, a Educação Matemática contribui para o desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem baseadas nas produções do conhecimento matemático através da ontologia, epistemologia, lógica e pedagogia.

Educação Matemática e democracia: análise de duas perspectivas críticas

Guilherme Wagner — qua, 28 fev 2024 00:00:00 +0000

O artigo explora as teorias da Educação Matemática Crítica (EMC) e da Pedagogia Histórico-Crítica (PHC) com foco no significado do termo "crítico" presente em seus nomes examinando a dimensão política da Educação Matemática nas duas perspectivas, abordando a marginalidade na educação matemática e a relação entre educação matemática escolar e política, identificando divergências e convergências, especialmente no contexto da democracia e das funções sociais da Educação Matemática. A EMC defende a competência democrática, desenvolvendo uma atitude democrática por meio da educação, enquanto a PHC destaca a luta de classes e a superação da sociedade capitalista. A discussão aborda a contradição entre os argumentos social e pedagógico da democratização na EMC e destaca as divergências estratégicas com a PHC. Por fim, na última seção do artigo é abordada a Ideologia da Certeza (IC) em matemática, destacando a infalibilidade da matemática, seu papel na sociedade tecnológica e o seu potencial de obstruir discussões sobre aplicações matemáticas em problemas sociais. O artigo conclui ressaltando a importância de desafiar a IC e proporcionar aos estudantes um ambiente caótico e rico para questionar as escolhas matemáticas.

Análise de atividades didáticas segundo a teoria semiocognitiva de aprendizagem matemática de Raymond Duval

Méricles Thadeu Moretti — qui, 27 jun 2024 00:00:00 +0000

O que se pretendeu no texto que segue é produzir um documento com elementos que permita que o pesquisador produza análises nos termos da engenharia didática de Régine Douady, análises essas produzidos sob preceitos fundamentais da teoria semiocognitiva de Raymond Duval.

Pesquisa da prática, colaboração e insubordinação criativa: reflexões de uma professora de matemática na pós-pandemia

Mariza Campos Gavilan, Karina Zolia Jacomelli-Alves, Regina Célia Grando — ter, 18 jun 2024 00:00:00 +0000

Este relato apresenta a história de uma professora de matemática com mais de 30 anos de experiência que sentiu a necessidade de se reinventar no contexto pós-pandemia para atender melhor às necessidades de seus alunos. Em colaboração com uma colega de profissão, ela realizou duas investigações sobre sua própria prática docente. O foco do relato está na jornada de colaboração durante essas investigações, especialmente na aplicação da atividade denominada de "Mestre Mandou", que foi desenvolvida em duas aulas. As experiências de pesquisa da prática e a redação deste texto ofereceram às professoras uma oportunidade valiosa de reflexão sobre a insubordinação criativa, uma característica que reconhecem em si mesmas. Elas destacam que esse movimento possibilitou a identificação de seus potenciais e a avaliação dos aspectos que ainda podem ser aprimorados. A conclusão ressalta a importância de reservar momentos para reflexão, destacando que isso proporciona uma maior consciência da identidade profissional e abre espaço para buscar novas orientações.